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Observatório de Multinacionais Brasileiras 9












APRESENTAÇÃO DO ESTUDO




Empreendido pelo Observatório de Multinacionais Brasileiras da ESPM, o estudo APRESENTAÇÃO DO ESTUDO
visa entender os fatores que influenciam na transferência de inovações tecnológicas
desenvolvidas em subsidiárias situadas no exterior para suas matrizes, fato
conhecido como “transferência reversa de conhecimento tecnológico”.

Para tanto, realizou-se um estudo de campo com 78 subsidiárias industriais e
manufatureiras brasileiras, que possuem plantas produtivas e/ou centros de
Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) em 26 países. O estudo buscou identificar
aspectos relacionados a:

• Natureza do conhecimento transferido;
• Fatores institucionais do país em que se desenvolve a inovação;
• Fatores inerentes ao setor industrial;
• Envolvimento da subsidiária com outras filiais do grupo;
• Importância estratégica da subsidiária para a matriz;
• Autonomia concedida à subsidiária;
• Motivações para a transferência reversa de conhecimento;
• Semelhanças entre a cultura organizacional da matriz e da subsidiária; e
• Mecanismos de interação social entre matriz e subsidiária.



Contexto do estudo


No âmbito de uma empresa multinacional, ou seja, que possui subsidiárias em países
estrangeiros, é comum que a matriz transfira seus conhecimentos e práticas para
as filiais situadas no exterior. No entanto, nota-se que é cada vez mais recorrente a
geração de conhecimento nas próprias subsidiárias.


Um dos principais fatores para a internacionalização das empresas de países emergentes
é a busca por conhecimento tecnológico avançado – não disponível no país de origem
– e por recursos que ofereçam às multinacionais algum tipo de vantagem competitiva.


A transferência de conhecimento da subsidiária para a matriz é denominada
por transferência reversa de conhecimento. Ela não considera apenas a matriz
como fonte de inteligência para a empresa multinacional. Apesar das vantagens
do processo, poucas empresas o usam, já que ele é mais complexo que o
convencional e exige alto grau de confiança, credibilidade e persuasão por parte
das subsidiárias em relação à matriz.

Além disso, o processo envolve uma quebra de paradigma da estrutura clássica e
lógica dominante da empresa multinacional, na medida em que implica, entre outros
aspectos, conceder maior autonomia às subsidiárias.
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